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terça-feira, 12 de novembro de 2013

Nelson Mandela

"Se você falar com um homem numa linguagem que ele compreende, isso entra na cabeça dele. Se você falar com ele em sua própria linguagem, você atinge seu coração."

"Não há nada como voltar a um lugar que permanece inalterado para que encontremos as formas como nós fomos alterados" 
(Nelsom "Madiba" Mandela)



A criança que foi morta a tiros por soldados em Nyanga

Acriança não está morta!
Ela levanta os punhos junto à sua mãe.
Quem grita África! brada o anseio da liberdade e da estepe, 
dos corações entre cordões de isolamento.
A criança levanta os punhos junto ao seu pai.
Na marcha das gerações.
Quem grita África! brada o anseio da justiça e do sangue,
nas ruas, com orgulho em prontidão para a luta.
A criança está morta!
Não em Langa, nem em Nyanga
Nem em Orlando, nem em Sharpeville
Nem na delegacia de polícia em Filipos,
Onde jazz com uma bala no cérebro.
A criança é a sombra escura dos soldados
em prontidão com fuzis sarracenos e cassetetes
A criança está presente em todas assembléias e tibunais
Surge aos pares, nas janelas das casas e nos corações das mães
Aquela criança, que só queria brincar sob o sol de Nyanga, está em toda a parte!
Tornou-se um homem que marcha por toda a África
O filho crescido, um gigante que atravessa o mundo
Sem dar um só passo.

(Poema de Ingrid Jonker lido no parlamento da África do Sul por Nelson Mandela.)
Tradução livre de Maria Helena D'Eugênio