Manuel Henrique Pereira (1895-1924), mais conhecido como Besouro Cordão de Ouro, foi um capoeirista da Bahia.
Aluno de Mestre Alípio, o jovem Manuel tinha pleno domínio dessa arte, inclusive, a luta com facões a navalhas presa aos pés (o jogo de Santa-Maria).
Foi batizado de Besouro devido a sua flexibilidade e capacidade de sumir facilmente.
Por todo o mundo, em rodas de capoeira, suas façanhas e peripécias são cantadas. Tais como a briga com soldados para reaver um berimbau; O pagamento justo que fez um patrão lhe pagar segurando-o pela barba; O forçamento de um soldado a beber uma grande quantidade de cachaça e a posterior luta com cerca de dez soldados ao pé da cruz onde, após o tiroteio, se fizera de morto para em seguida tomar-lhes suas armas; E, também, um causo engraçado em que serve os próximos com amendoins da barraca de um comerciante que lhe tratara com arrogância.
Era muito comum que Besouro se revoltasse com as injustiças com o povo e saísse na porrada com policiais, fazendeiros e valentões. O povo acreditava que ele possuía poderes sobrenaturais.
Sua última história teria sido sobre uma surra que dera num cabra prevalecido chamado Memeu. Seu pai, Dr. Zeca armou uma tocaia para o capoeirista na Usina de Maracangalha onde foi cercado por 40 homens armados que dispararam-lhe tiros. As balas não o atingiram mas, em meio a bagunça, um homem chamado Eusébio de Quibaca lhe atacou pelas costas com uma faca de ticum (uma madeira que é capaz de matar um homem com o "corpo fechado"). Besouro ainda conseguira fugir em uma canoa mas logo morreria no rio com apenas 27 anos.
Também é provável que tenha sido assassinado pela polícia.
Nesta obra eu me inspirei no atípico filme de João Daniel Tikhomiroff,
Besouro. Onde o legendário Cordão de Ouro é interpretado pelo ator e capoeirista Ailton Carmo em 2009.