Simone Lucie-Ernestine-Marie Bertrand de Beauvoir (Paris 1908-1986) foi uma filosofa e feminista.
Sua linha de filosofia era o existencialismo, inclusive tendo uma relação amorosa aberta com Jean-Paul Sartre além de outros homens e mulheres, o que chocaria a sociedade por sua postura libertária.
Aliás, naquela época de casamentos arranjados, a maioria das moças de sua classe social seguiam obedientes os ditames de uma educação católica-careta que tinha por objetivo formar "esposas obedientes" e dóceis. Beauvoir negou-se a casar-se, ser dona-de-casa e a ter filhos. Aos 20 anos de idade, Simone passou a frequentar as rodas de intelectuais masculinos, rivalizando com todos eles (inclusive Sartre) em idéias e visão de um novo mundo mais livre. A jovem Beauvoir já começava a se indignar com a criminalização do aborto, as normas e cerimônias que distinguiam a elite e, também, a frivolidade dos amores burgueses. Foi da necessidade de transpor tais sentimentos em palavras que gerou a escritora. Com palavras de ordem às mulheres, escreveu O Segundo Sexo, 1949 um famoso ensaio onde ela dizia pérolas como: "Nós não nos deixaremos intimidar com ataques violentos dirigidos à mulher nem deixar-se levar pelos elogios interesseiros que são destinados à 'verdadeira mulher'..."
Sua trajetória de emancipação completa é registrada em seu livro Memórias de Uma Moça Bem Comportada, 1958. Esta obra não só foi um relato pessoal , acabou virando um verdadeiro manual para milhares de mulheres espalhadas pelo mundo que se espelharam em Simone de Beauvoir para libertarem-se dos padrões moralistas, machistas o opressores que predominavam massivamente naquela época tornando-as conformistas.
Simone de Beauvoir foi a mais profunda defensora da emancipação feminina do século 20 e, talvez, de todos os tempos.
"Não são as pessoas que são responsáveis pelo falhanço do casamento, é a própria instituição que é pervertida desde o início."