Artesanato, cinema, tatuagens, malabarismo, teatro, História em Quadrinhos, cenotecnia, estatuetas (miniaturas) e xadrez tematico. Conheça melhor a Arte de Yury Hendrik.
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terça-feira, 11 de outubro de 2022
quarta-feira, 5 de outubro de 2022
Crônicas de Um Viajero Miserável
Cachimbo Atlas
domingo, 24 de abril de 2022
sábado, 23 de abril de 2022
El Libertador - Simón Bolívar
A primeira vez que li As Veias Abertas da América Latina, de Eduardo Galeano, senti dezenas de sentimentos repulsivos. Um deles foi o de não conhecer a minha própria história enquanto americano. Afinal de contas, sempre amei história (antiga, clássica, medieval, pós-moderna, pré,etc.). Mas não sabia direito o que significava a Patagônia, os Andes, os Rockefellers, a Guerra do Salitre, do Chaco... enfim, se dependesse da escola, só saberia dos três principais povos pré-colombianos. Mesmo a história brasileira é ensinada em suas escolas com uma velada vergonha, como se o modo de vida neolítico dos nossos índios fosse algo indigno de estudo.
Foi preciso viajar e conhecer de perto os povos e suas culturas e biomas para entender melhor o passado e presente do novo mundo. É por isso que agora posto com muito orgulho esta peça que chamo de El Libertador. Se todo escultor, em algum momento faz um Dom Quixote, um escultor latino americano tem um dever social de criar um El Libertador.
sexta-feira, 22 de abril de 2022
sábado, 9 de abril de 2022
Perséfone, a Rainha do Submundo
Desenho que fiz de Perséfone, Deusa da terra e da agricultura. Está profundamente ligada às estações do ano. Mas, também é conhecida como a Deusa do Submundo (mundo dos mortos) e, por isso, representa a dualidade do material com o espiritual. Trás consigo o arquétipo da feminilidade mística e intuitiva.
Sua história parte de um desafio de Afrodite a seu filho Eros, com suas flechas de ouro que apaixonavam os corações, acertasse o sisudo Deus do submundo, Hades, que também era irmão de Zeus. Este, deixou seu reino para vir a superfície verificar a guerra entre deuses e gigantes que poderia deixar o submundo exposto aos raios solares. Eros aproveitou esta chance para acertar o coração de seu alvo, cumprindo assim seu desafio.
O que ninguém esperava é que ali perto, outro ser imortal deixava seu reino no Olimpo, para colher flores de narcisos em uma pradaria no mundo dos mortais. Foi quando Hades encontrou a filha de Zeus e irmã/amante Deméter (deusa da agricultura). Perséfone, que vivia alegremente ao lado de ninfas e de suas meias irmãs Àrtemis e Atena, agora era raptada para o reino dos mortos através de uma enorme fenda aberta pelo perdidamente apaixonado Hades a fim de transformá-la em sua esposa.
Ao perceber o sumiço da filha, Deméter foi ficando cada vez mais triste. procurou-a por dias até que Hermes lhe contou tudo o que tinha ocorrido. A deusa ficou tão desolada que passou a se esquecer de suas obrigações e a agricultura deixou de ser fértil e a fome se propagou pela Terra. Zeus intercedeu para evitar o pior e enviou o mensageiro Hermes para negociar a soltura de sua neta. Mas Hades não queria abrir mão de sua bela sobrinha e disse que só a libertaria se esta não tivesse consumido nenhum alimento do submundo. Mas o Senhor do submundo ludibriou Persépolis a comer as sementes do fruto proibido, uma romã.
A solução imposta por Zeus foi que ela passaria um terço do ano no reino espiritual dos mortos cumprindo suas obrigações como esposa de Hades e o resto do ano, livre. Aqui, estabelecemos três estações: o inverno, quando tudo morre e esfria, Deméter se entristece e Persépolis, também; a primavera, quando a vida volta a florescer e a terra se enche de cores e alegria; e o outono quando a vida vai brochando e a deusa da fertilidade tem que voltar pela grande fenda aberta por seu marido que a leva de volta ao submundo. Mas, e quanto ao verão?
Bem, aqui a história dá uma reviravolta e voltamos para o danado do Eros e sua mãe Afrodite.
Acontece que naquele tempo, andava pelas florestas um jovem caçador chamado Adónis, filho de outra relação incestuosa entre o rei Cíniras, de Chipre, e sua filha Mirra. Dotado de enorme beleza, chegou a atrair a atenção até mesmo da deusa do amor, Afrodite o que causou um certo ciúmes da parte de Eros. Sua mãe consolou-o levando até o seio onde sem querer se cortou com a ponta da lança de ouro que lhe despertou um amor avassalador para com o rapaz que caçava pelos bosques. Perdidamente apaixonada, passou a ter um caso ardente com Adónis que não passou despercebido da atenção de seu marido Ares, o deus da guerra, que passou a armar um plano para se vingar daquele ultrajante mortal.
Persépolis, após ter com sua mãe em tempos de liberdade, resolveu passear na Terra e um dia topou com o furor de Afrodite e Adónis em um lindo lago. Escondida, observou os dois de longe, porém, sem perceber que também era observada pelo pequeno Eros. Este resolveu aprontar mais uma da suas diabruras e logo desferiu outra flecha no peito da rainha do submundo. Em segredo ela jurou que um dia Adónis seria dela.
Afrodite, de alguma forma pressentiu que algo poderia se suceder ao seu amado e o fez jurar que não saísse do bosque para caçar novamente. No entanto, Ares colocou em seu caminho um enorme Javali com sangue no olhar, o que ascendeu o espírito de caçador de Adónis. Acabou morto por uma mordida do porco em sua anca. Foi recebido com pompa no mundo dos mortos por Persépolis que encaminhou direto para sua cama enquanto Hades dormia em outro aposento.
Mistérios de Eleusis |
Além das estações, Persépolis também está ligada intimamente a imaginário feminino podendo suas fases serem comparadas ao ciclo menstrual ou mesmo, à relação do matriarcado ante ao machismo e à introspecção, sendo o momento do inverno entendido como uma a fase de recolhimento com o interior de si mesma.
Rosa Egipcíaca e menino Jesus
"Quando não souberes para onde ir, olhas pra trás e saibas de onde veio"
provérbio africano
Nascida em Uidá, localizada na atual República de Benin, em 1719 era mais uma escravizada da nação couranas sob as garras do escravocrata Reino de Daomé (primeiro país a reconhecer a independência do Brasil, em 1822). Vendida aos portugueses, Vera "Courana"caminhou até o entreposto do Castelo da Mina de onde partiu para o Rio de Janeiro com 6 anos de idade. O sujeito que a comprou, estuprou-a aos doze anos de idade e depois a vendeu, aos 14, para a família do Frei de Santa Rita e Mourão em Santa Rita - MG, pra onde vai a pé (e descalça!). Lá ela começa a trabalhar como prostituta no auge da exploração mineira por mais 15 anos.
Aos 30 anos, aproximadamente, ela tem sua primeira primeira visão na Igreja de São Bento, chegando a desfalecer. Depois, ela contrai uma enfermidade que lhe causa dores terríveis com inchaços que a prostravam ao chão. Por isso, acaba sendo descartada como prostituta. Passa a ter seguidas experiências místicas. Um dia, entrou em uma igreja onde afrontou um padre Capuchinho, o que acarreta em um açoitamento em praça pública por horas, resultando no aleijamento de seu braço direito. Então, é encaminhada ao padre Francisco Gonçalves Lopes, o Xota Diabos (alcunha de exorcista), que vê nas possessões dela, visões divinas.Agora, a Courana passa a levar uma vida mais franciscana, vende seus próprios bens como roupas e jóias, amealhadas com a venda de seu corpo, e doa tudo aos pobres. Sua fama de curandeira se espalha por Minas Gerais e chega até o Rio de Janeiro. Muitas pessoas vinham visitá-la e assistir suas possessões e predições. Logo, acaba por ser sujeitada a um conselho inquisitório de teólogos convocado pelo frei de Mariana, Manoel da Cruz, para avaliar se ela era possuída pelo demônio ou se tinha algum grau de santidade. Resiste à torturas, como ficar por cinco minutos com uma vela acesa na boca tendo que manter que suas visões eram reais. Acaba por ser considerada uma feiticeira e, prestes ao seu julgamento final, foge com o Xota-diabos para o Rio de Janeiro em 1751.
Passa a se chamar de Rosa Maria Egipcíaca de Vera Cruz (provavelmente uma homenagem à, também ex-prostituta Santa Maria Egipcíaca, que também tinha visões divinas). É na igreja de Nossa Senhora da Lapa que Rosa tem sua mais extraordinária visão a do menino Jesus vindo para ela, que desmaia e se levanta falando línguas diferentes. Consequentemente sua fama vai crescendo entre os cariocas. Passa a ganhar doações e cria o Recolhimento, um espaço que recolhe prostitutas (a maioria, negras) abandonadas. Ali, começa a produzir biscoito feitos com sua saliva, nunca um cuspe foi tão rentável! Rosa prediz que a cidade sofreria um grande terremoto, tal qual Lisboa, em 1755. Nesse contexto, é importante entender o quão religiosa era a vida naquela cidade latino-americana.Dez anos depois, já com grande fama e, até, um livro escrito chamado Sagrada Teologia do Amor Divino das Almas Peregrinas, (o mais antigo livro escrito por uma negra na história do Brasil, onde descreve a experiência sensorial de contato com Jesus de quem recebera o título e o encargo de Mãe da Justiça), passa a ter visões cada vez mais delirantes (como ter frequentado a mesma manjedoura de Jesus e ter dado de mamar pra este) Ela própria seria a esposa da Santíssima Trindade, a nova redentora do mundo. Realiza sessões de culto religioso em que se mesclavam elementos do misticismo cristão com práticas afro-brasileiras que beiravam à idolatria, com danças em torno do altar e o uso de pitar cachimbo.Um dia, afronta uma madame aristocrata e este caso a leva (junto com seu padre-empresário, Xota-diabos) à uma nova inquisição, dessa vez, em Lisboa. Francisco logo declara ter sido enganado pela falsidade da negra e pede por misericórdia, recebendo uma pena branda. Mas Rosa Egipcíaca mantém suas convicções até o fim, que não se sabe qual foi até hoje. pode ter sido queimada, mas o mais provável é que tenha perecido em algum gélido calabouço da Santa Inquisição.
terça-feira, 5 de abril de 2022
Madame Satã
A primeira vez que ouvi falar de Madame Satã foi por meu pai. "Eu o vi algumas vezes pela Lapa, no Rio. Ele se vestia de mulher, mas era um sujeito bravo. Quando alguém ia lá tirar um sarro dele, ele dava uma surra. Inclusive, em vários de uma vez. Até a polícia apanhava também."
De fato, ainda em vida e até hoje, Madame Satã é parte do imaginário popular da boemia carioca. Mas a grande parte de sua vida não foi apenas na Lapa mas, também, trancado em penitenciárias. Por trás de uma história curiosa havia um negro, nordestino e trabalhador chamado João Francisco dos Santos que foi trocado por uma égua aos 7 anos para ser escravizado em uma fazenda (apesar da lei áurea ter entrado em vigor 19 anos antes), e se mudou para o Rio de Janeiro aos 8 anos. Aos 13 chega na Lapa. Aquele pivete de rua começou a trabalhar vendendo panos de pratos e panelas de alumínio. Aprendeu a arte da capoeira e passou a trabalhar de segurança e cozinheiro, antes de entrar pro crime. O teatro o afastou por um tempo da boemia. Infelizmente, em 1928, um vigia do boteco onde João parou pra tomar um trago foi tirar uma onda com ele, que buscou uma pistola, voltou ao bar e matou o guarda. Mas este, também era policial e, desde então, passa a ser perseguido pela polícia. E assim começava sua vida marginal de idas e vindas ao cárcere.
A alcunha de Madame Satã veio após uma detenção dele e dos amigos na saída de um desfile de carnaval. Alguns dias antes João saíra vitorioso com uma fantasia com asas de morcego. no "Concurso das Bichas" Na ocasião o delegado perguntou o nome, mas ele se recusou a dizer, só que acabou send reconhecido como o vencedor do concurso, recebendo assim o apelido que fazia alusão ao filme de Cecil B. de Mille, Madam Satan.
Aprendeu a arte dos Maltas, de jogar capoeira com navalha no pé, com seu primeiro "professor", o cafetão Sete Coroas, um dos malandros mais considerados. Quando este morreu, deixou seus negócios para o João, que também já era um malandro de respeito por seu soco de esquerda. Posteriormente, Madame Satã abre uma casa de abrigo para prostitutas descansarem, mas logo a polícia fecha.
Apesar de homossexual assumido, João se casou com 34 anos e adotou seis crianças. Foi preso várias vezes, em sua maioria, por descer o cacete na polícia (em especial ,nos delegados). e, aos 76 anos, foi internado como indigente com câncer no pulmão, vindo a falecer dois meses depois.
É reconhecido por muitos como a primeira ativista preta LGBT do Brasil, além da primeira travesti preta artista do Brasil.
"Essa mania da polícia chegar, bater e começar a fazer covardia, eu lamentava e pedia a eles pra não fazer isso. Afinal de contas, se o sujeito estiver errado, eles que prendam, botem na cadeia, processe, tá certo. Agora, bater no meio da rua fica ridículo. Afinal, nós somos seres humanos"
sábado, 26 de março de 2022
tubarões lixas (Ginglymostoma cirratum)
Lixa, por causa de sua pele áspera e enfermeiro por conta dos "bigodes" que remetem às pinças que enfermeiros usam para auxiliarem nas cirugias.
terça-feira, 22 de março de 2022
Cachimbão do Dragão Chinês
Chico Science
segunda-feira, 21 de março de 2022
cachimbo grande com sodalita
Runa de Týr (Tiwaz)
Muitos estudiosos acreditam que este deus já teve um papel mais central entre os deuses mais primitivos em relação a Odin. Para os romanos, existe forte relação com o deus Marte (Ares). Sincretismo mais que evidenciado no dia da semana terça-feira: marte para os romanos e tuesday ou tywasdag (dia de tiwas).
Frequentemente representado sem a mão direita, Tyr a teria perdido para o lobo monstruoso chamado Fenrir. Aliás, seu destino era morrer em combate mortal com outro canino igualmente feroz, chamado Garmr, durante o Ragnarok
Esta tatuagem é um desenho de minha autoria que tatuei no meu amigo Fernando Gomes a quem agradeço pela confiança.
domingo, 20 de março de 2022
Tridente de Poseidon
Este desenho foi criado por mim para tatuar a perna de um dos mais dedicados biólogos marinhos do Brasil, Moysés Cavichioli Barbosa.
Oswaldo Cruz
Ao combater a febre amarela, na mesma época, Oswaldo Cruz enfrentou vários problemas. Grande parte dos médicos e da população acreditavam que a doença se espalhava através de roupas contaminadas, suor, sangue e secreções. No entanto, o jovem cientista acreditava em uma teoria de que o vírus era transmitido através de um mosquito.
Então, implantou medidas sanitárias com brigadas que iam de casa em casa para eliminar s insetos. sua atuação provocou violentas reações populares.
"Corte-se até a verba para a alimentação! Mas não se sacrifique a Biblioteca!"